sexta-feira, agosto 04, 2006

Leopoldina e Pedro I

LEOPOLDINA E PEDRO I
A vida privada na corte

Sonia Sant'Anna

Jorge Zahar Editor


O romance histórico de Sonia Sant'Anna narra de forma singular a trajetória da Imperatriz Leopoldina — "a mais doce de todas as princesas" e a "mais desprezada das esposas" — numa época em que casamentos reais não passavam de manobras políticas. Muito jovem, ingênua, possuidora de uma educação altamente refinada Leopoldina acaba se apaixonando pelo noivo (Pedro I) que conhece, ainda em Viena, apenas por retrato. Criada para ser submissa aos interesses do Estado, dada em casamento pelo pai, ela se resigna ao seu destino numa terra estranha (o Brasil), acreditando que o amor pelo marido tornará sua existência menos penosa longe de seus queridos parentes na Europa.
Mas Leopoldina não leva muito tempo para perceber seu engano: o que deveria ser seu trunfo (o amor por Pedro) se revela sua "maldição". O país que lhe haviam pintado como um paraíso, mais se assemelha a um inferno. A Família Real Portuguesa está muito aquém dos padrões de nobreza a que ela estava habituada. A despeito de tudo, ela cumpre seu dever político, envolvendo-se ativamente do movimento pela independência do Brasil, bem como trabalhando por seu reconhecimento pelas nações européias.
O romance se concentra, sobretudo, na vida pessoal de Pedro e Leopoldina, mas passam por suas páginas os acontecimentos na Europa e na América durante um período agitado da História: as guerras napoleônicas, a vinda da corte portuguesa para o Brasil, o Congresso de Viena que repartiu a Europa, os movimentos libertadores na América espanhola, a guerra em que se envolveu o Brasil pelo controle da Banda Oriental, e as razões da Independência. Um texto denso, emocionante, escrito com paixão, em que, além do prazer da leitura, pode-se ainda aprender muito sobre esta nossa terra. Um livro importante para todo brasileiro que se preza.

Wagner Campelo

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Que surpresa vocês me aprontaram, Vera e Wagner. Só posso creditar isso a um agrado à convalescente. Obrigada mesmo.
Foi um livro que me deu muito prazer escrever, ao mesmo tempo que me fez triste em váras ocasiões, a ponto de, na biblioteca, durante as pesquisas, eu ter que disfarçar as lágrimas ao ler alguma carta de Leopoldina (várias delas transcritas no livro), principalmente a última, escrita no leito de morte. E cada vez que via o retrato da princesa, ainda mocinha, pouco antes de se casar, eu pensava: Pobrezinha, não sabe o que a espera. Sou assim mesmo, quando escrevo passo a viver a vida dos meus personagens.
E, para terminar, a capa é que é feia de doer: quem decide essas coisas é a editora, e desta vez, ao contrário das anteiores, não foram felizes na escolha.

04 agosto, 2006 21:00  

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