Akhenaton – o rei herege
Naguib Mahfuz
Naguib Mahfuz nasceu no Cairo em 1911, em 1939 teve sua primeira novela publicada, em 1988 ganhou o prêmio Nobel, morreu em agosto de 2006.
Akhenaton – o rei herege foi publicado em 1985. O escriba Mirim-Mon, viajando com seu pai pelo Egito antigo, fica impressionado e intrigado ao ver as ruínas do que fora a cidade do ‘Rei herege’ e parte com algumas recomendações de seu pai, para tentar descobrir a verdade sobre esta cativante figura, o primeiro monoteísta da história. Para se aproximar da verdade escuta várias versões da mesma história, entrevista todos os que estiveram em contato com o faraó, do seu pior inimigo à sua mulher, a famosa Nefertiti. O leitor está, assim, em contato com a mesma história narrada por personagens que adoravam Akhenaton, o consideravam uma espécie de messias e outros que o consideravam um louco irresponsável, outros, ainda, o amavam como um amigo, mas achavam que ele estava errado. Enfim, são vários caminhos, o autor não escolhe a melhor versão para o leitor, cabe a ele decidir, mas é impossível não simpatizar com Akhenaton em algum momento desta narrativa.
Eis um pequeno trecho:
Eis um pequeno trecho:
''Eu fui seu amigo de infância, como Horemheb e Bek. O mais curioso nisso tudo é que quanto mais se falava de sua debilidade, ou de seu jeito afeminado e estranho, mais ele conseguia fazer com que todos o amassem. Ficávamos impressionados com a sua capacidade de raciocínio e com seu amadurecimento precoce. Fui o primeiro a descobrir seu ponto fraco: é que não se interessava pelos assuntos do mundo real, porque o deixavam entediado e até doente. Não via com bons olhos a vida cotidiana do pai, que era o núcleo sólido em que se fundamentavam as tradições sagradas do trono, como levantar na hora marcada, a hora do banho, do desjejum, da oração, da recepção dos ministros e da visita ao templo. Ainda resmungava:
''- Quanta escravidão!
''- Quanta escravidão!
Marcadores: Leila
1 Comments:
Que gostoso de ler!
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