Pastoral americana
Pastoral americana
Philip Roth
Nunca um livro foi tão atual. A leitura de “Pastoral americana*”, de Philip Roth, é fundamental nos dias que correm, quando a classe média americana começa a despertar do idílio consigo mesma e, perplexa, percebe que sua pastoral inocente e feliz pode ser bruscamente interrompida por tiros dados por seus próprios filhos dentro das escolas e universidades, tiros à esmo, lanchonetes lambuzadas de sangue e crianças louras abatidas como pássaros em vôo. Quando a sua juventude vai para o Iraque e tortura impunemente, quando essa mesma sociedade percebe, com a explosão do 11 de setembro, que o horror também pode chegar até seu continente até agora inalcançável e limpo; ela descobre que há algo de podre no reino da Dinamarca. E fica perplexa..
Philip Roth, de uma felicidade rara nesse título pesado de ironia, faz neste livro uma análise do “ideal americano”. Começa por construir um herói cheio de glamour, bom filho, bom atleta, bom estudante, bom amigo, posteriormente pai e marido exemplar. O honesto Seymour Levov é um homem modelar. Correto, liberal, bom e justo. À moda do “ideal americano”. E dentro desta inocência toda está a bomba relógio tiquetaqueando, pronta a irromper pelos ares e destruir a ilusão de “bom mocismo” americana.
“.... ele aprendeu a maior lição que a vida pode ensinar – que ela não faz sentido. E quando isso acontece a felicidade nunca mais é espontânea. É artificial e, mesmo então, obtida ao preço de um tenaz alheamento de si mesmo e da própria história. O homem bom e gentil, com seu jeito brando de lidar com o conflito e a contradição....... se defronta com um adversário que nada tem de correto – o mal inextirpável das relações humanas."
O livro , que se divide em três partes - “Paraíso relembrado”,” A queda” e “Paraíso perdido” – foi editado em 1998 pela Companhia das Letras.
É imperdível.
*Pastoral: poema que narra a vida idílica no campo, os amores suaves dos pastores e camponesas em uma atmosfera de inocência e felicidade.
Vera do Val
Philip Roth
Nunca um livro foi tão atual. A leitura de “Pastoral americana*”, de Philip Roth, é fundamental nos dias que correm, quando a classe média americana começa a despertar do idílio consigo mesma e, perplexa, percebe que sua pastoral inocente e feliz pode ser bruscamente interrompida por tiros dados por seus próprios filhos dentro das escolas e universidades, tiros à esmo, lanchonetes lambuzadas de sangue e crianças louras abatidas como pássaros em vôo. Quando a sua juventude vai para o Iraque e tortura impunemente, quando essa mesma sociedade percebe, com a explosão do 11 de setembro, que o horror também pode chegar até seu continente até agora inalcançável e limpo; ela descobre que há algo de podre no reino da Dinamarca. E fica perplexa..
Philip Roth, de uma felicidade rara nesse título pesado de ironia, faz neste livro uma análise do “ideal americano”. Começa por construir um herói cheio de glamour, bom filho, bom atleta, bom estudante, bom amigo, posteriormente pai e marido exemplar. O honesto Seymour Levov é um homem modelar. Correto, liberal, bom e justo. À moda do “ideal americano”. E dentro desta inocência toda está a bomba relógio tiquetaqueando, pronta a irromper pelos ares e destruir a ilusão de “bom mocismo” americana.
“.... ele aprendeu a maior lição que a vida pode ensinar – que ela não faz sentido. E quando isso acontece a felicidade nunca mais é espontânea. É artificial e, mesmo então, obtida ao preço de um tenaz alheamento de si mesmo e da própria história. O homem bom e gentil, com seu jeito brando de lidar com o conflito e a contradição....... se defronta com um adversário que nada tem de correto – o mal inextirpável das relações humanas."
O livro , que se divide em três partes - “Paraíso relembrado”,” A queda” e “Paraíso perdido” – foi editado em 1998 pela Companhia das Letras.
É imperdível.
*Pastoral: poema que narra a vida idílica no campo, os amores suaves dos pastores e camponesas em uma atmosfera de inocência e felicidade.
Vera do Val
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